Neste verão pude usufruir novamente da praia que freqüento ha muitos anos, na companhia da minha amada filha, no passado pratiquei surf e outras aventuras no mar, digo que no mar ninguém sabe nadar que devemos respeitá-lo, pois a natureza é sabia e superiora aos pequenos terráqueos de egos inflados.
Sempre falo para minha pequena dos perigos da praia sempre que chegamos digo: água nó pé perigo não é, água no umbigo sinal de perigo, água no pescoço sinal de sufoco, pois ao longo desta jornada pude ajudar salvar várias vítimas de afogamento e presenciar vários óbitos também as histórias se repetem: ingere-se muito álcool, alimenta-se mal, cérebro desidratado, cai no buraco se apavora, mínguem percebe dois três minutos temos uma vítima, é tudo muito rápido, muitas vezes uma pessoa sem conhecimento tenta ajudar a vítima se agarra e tchau, é muito triste assistir a família veleando seus pares em dia de festa do sol e mar, só dá vontade de ir embora pra casa chorar.
Durante oito anos fui pensando como poderia passar esse conhecimento para minha filha sem que ela tivesse que passar por um grande susto e sem que um grande susto tornasse nossa vida uma tragédia, pois para mim o aprendizado ocorreu por meio de muito susto e não creio que essa seja a única maneira de ensinar alguém a sair de um buraco na vida.
A primeira lição que me ocorreu passar foi básica, apreendida com os pescadores, identificar o “peral” é como eles chamam esses movimentos de água que forman os buracos, geralmente nesta parte as ondas não quebram e esse redemoinho é que dificulta nossa saída, falta o pé, ficamos apavorados, nos esquecemos de boiar ou nadar, ficamos com medo que o mar vai nos levar embora e morremos de medo, o segundo passo seria dominar o medo.
Comprei dois espaguetes coloridos no supermercado desses que se utilizam nas escolas de natação para ensinar as crianças a nadarem, durante os primeiros dias fui entrando na água em dia de mar calmo até ela ir ganhando confiança no outro fim de semana o mar estava agitado, um dia lindo de sol, praia cheia, nenhum guarda vida no pedaço, combinei com dois amigos um surfista e outro que estava em terra disse a eles que iria entrar na água com minha filha bem no meio do buraco, perguntei para minha filha onde ela enxergava um buraco ela apontou com o dedinho é ali papai, isso mesmo filha é ali que vamos entrar expliquei a ela que jamais repetisse essa ação sem um equipamento de segurança, pegamos nossos espaguetes e entramos, bastaram poucos segundos para entrarmos no buraco, a correnteza estava puxando para o fundo, disse a ela que estávamos no meio do buraco que não dava pé e que eu não estava conseguindo nadar para frente, pedi a ela que segurasse bem firme seu espaguete, com uma de minhas mãos segurei forte em seu braço e perguntei: filha como vamos sair daqui? Ela olhou com toda tranquilidade para mim e disse vamos bater os pés devagar até vir uma onda que nos empurre um pouco mais para frente, não foi fácil ela não se deu muito conta do perigo meu amigo surfista acenou se deveria se aproximar fiz sinal que não.
Na areia ninguém se deu conta que estávamos com dificuldade de sair do mar, quando chegamos a terra minha filha disse: papai eu nunca mais vou passar do umbigo porque eu não quero que o mar me sufoque na semana anterior neste mesmo buraco dois jovens
Universitários não tiveram a mesma sorte, foram sufocados pela inexperiência, quando o helicóptero da polícia pousou já era tarde.
Aproveito aqui para lançar a campanha: “Deixe a farofa em casa e traga o espaguete para praia, pois para a natureza não se traz e não se leva nada, a não ser: paz, boas imagens e boas lembranças, assim teremos uma praia mais limpa, segura e feliz.
Bj do táxi
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